Opa! Como vai?
Estamos em plena caminhada pelo “neomundo” gramatical. Continuaremos agora a matéria formação das palavras. Deixe a TV de lado, coloque o celular pra carregar, arrume o quarto… já almoçou?
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Dando continuidade à “formação das palavras”, veremos agora a formação por COMPOSIÇÃO.
Caso queira rever, ou ver (se não viu) a primeira parte, acesse “A formação das palavras – 1ª parte: DERIVAÇÃO”.
É como diria Bechara: a formação de palavras pelo processo de COMPOSIÇÃO “consiste na criação de uma palavra nova de significado único e constante, sempre e somente por meio de dois radicais relacionados entre si” (BECHARA, 2007, p. 355).
Percebe-se, então, que precisaremos, para cada palavra nova formação, de dois radicais no mínimo.
São três as tipologias das ocorrências de formação por composição. Vejamos:
1 – FORMA
1.1 – Composição por JUSTAPOSIÇÃO – aqui temos a formação de palavras com a junção de elementos. Isso mesmo, junção; esses elementos que irão compor a nova palavra permanecem íntegros; não perdem partícula alguma.
mãe-pátria; couve-flor; pé-de-moleque; papel-moeda; justaposição etc.
Perceba que as palavras usadas para formar outra continuam inteiras; mantêm a integridade gráfica.
1.2 – Composição por AGLUTINAÇÃO – já aqui há um processo de fusão dos elementos que irão compor a nova palavra. A estrutura gráfica e a silábica dos elementos de composição são alteradas e sua integridade é afetada.
aguardente (água + ardente); embora (em + boa + hora) (exemplos clássicos... aff. Aqui vão uns mais originais); vinagre (vinho + acre); fidalgo (filho + de + algo... fala a verdade, mudou sua vida...); cronômetro (cronos + metro) etc.
2 – SENTIDO
2.1 – Aqui trabalhamos com as noções de determinantes e determinados. O termo a ser determinado traz a ideia central e o termo determinante fecha o sentido da nova palavra. Vale deixar registrado que as palavras compostas em que o elemento determinante vem após o determinado são tipicamente portuguesas. O contrário ocorre com as composições de origem clássica. Observemos:
Escola-modelo = composição tipicamente portuguesa em que o primeiro elemento é determinado e o segundo o determinante.
Agricultura = composição de origem erudita mostrando o primeiro elemento como determinante e o segundo como determinado.
3 – CLASSE GRAMATICAL
Tomando a posição de observação das classes gramaticais, as palavras compostas podem ser formadas por:
3.1 – substantivo + substantivo
papel-moeda; manga-rosa; couve-flor
3.2 – substantivo + adjetivo (e vice-versa)
obra-prima; belas-artes; boquiaberto; amor-perfeito
3.3 – substantivo + preposição + substantivo
estrela-do-mar; pé-de-moleque; arco-da-velha
3.4 – adjetivo + adjetivo
surdo-mudo; luso-brasileiro; auriverde
3.5 – pronome + substantivo
meu-bem; Nosso Senhor; Sua Excelência
3.6 – numeral + substantivo
segunda-feira; bisneto; trigêmeo
3.7 – advérbio (bem, mal, sempre) + substantivo, adjetivo ou verbo
bem-bom; benquerença; maldizer
3.8 – verbo + substantivo
passatempo; beija-flor; cata-vento
3.9 – verbo + verbo
pula-pula; corre-corre; vaivém
Acho que já basta. Se houver dúvidas, não deixe de me falar.
Tive o prazer de, nesse mês que se passou, responder a algumas questões de uma amiga querida que entrou em contato. Foi muito gratificante.
A próxima matéria aqui da parte de morfologia será RECOMPOSIÇÃO: O CASO DOS PSEUDOPREFIXOS.
Até lá!
Fagner
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