Oi! Tudo bem?
Mais um tema polêmico este, hein! Vamos abrir a porta para a sala de lapidação da linguagem, povo.
Tranque a porta do quarto, tome banho, dê comida ao cachorro, chame alguém para não ir sozinho ao armazém e siga em frente.
Muito bem, vamos tratar dessas práticas viciosas na linguagem. Vamos conhecê-las, vamos saber como acontecem e vamos saber como fazê-las desaparecer.
Os vícios:
Ambiguidade (ou anfibologia) – acontece quando, involuntariamente, deixa-se uma frase com mais de uma possibilidade de interpretação; consequentemente é gerada certa polêmica em relação ao que se pretende dizer. (É inaceitável em um texto de um contrato, por exemplo)
Exemplos de ambiguidade:
“D. Vitalina encontrou a filha em seu quarto.” (Quarto de quem? Me diz!)
Uma possível solução pra esse caso seria “D. Vitalina entrou no quarto da filha e lá a encontrou”.
“O cachorro do seu primo é muito sujo.” (Quem é mais sujo: o animal do primo ou o bicho? KKK...).
Uma possível solução para essa frase seria “Seu primo tem um cachorro muito sujo” ou “Seu primo não toma banho”.
Barbarismo – aqui vemos um erro relacionado à aplicação da palavra. Da palavra, não da combinação da mesma. É aqui que encontramos vários motivos de risadinhas. Vejamos os tipos:
Cacografia – é a escrita incorreta, ou flexão incorreta das palavras
Exs.: mindingo (clássico) quando o correto é mendigo;
pograma quando o correto é programa;
cidadões quando o correto é cidadãos;
magérrimo quando o correto é macérrimo.
menas (essa é ótima) quando o correto é menos SEMPRE!. (de uma vez por todas: a palavra MENAS não existe!!! O word quase não me deixa escrevê-la; tive que desativar a correção automática...)
Silabada – aqui vemos a ocorrência de uma pronúncia errada causada pelo deslocamento da sílaba tônica da palavra.
Exs.: rúbrica (claro, né) quando o correto é rubrica (a tônica é o BRI!!! ruBRIca!);
latex (vou mudar sua vida agora) quando o correto é látex;
íbero quando o correto é ibero;
míster quando o correto é mister.
gratuíto (essa sempre faz doer) quando o correto é gratuito; (“tui” é uma só sílaba e, adivinhem, é a tônica!)
Cacófato (cacofonia) – as risadinhas aqui são mais maliciosas ainda. Esse vício é causado pelo som estranho de alguns casos isolados em algumas frases. A coisa fica estranha mesmo, olha aí:
Exs.: Eu quero ouvir isso da boca dela. (¬.¬) (preciso comentar?)
Na vez passada nós fomos ao litoral. (deve ser horrível, já experimentou? Quem sabe um salzinho...)
Já que tinha ganhado a blusa, resolveu usá-la. (Espera aí, era uma blusa ou uma jaqueta apertada?)
Colisão – aqui temos um caso de repetição das consoantes, fonemas consonantais iguais ou semelhantes; há dissonância.
Exs.: O rato roeu a roupa do rei de Roma. (claro que aqui é proposital)
Sendo possível a cerimônia, salto as sequências sem certeza de quais salas serão usadas. (Nossssa!)
Eco – aqui temos a ocorrência de um tipo de rima involuntária; o efeito acaba sendo desagradável. Ocorre eco quando há várias palavras com terminações iguais ou parecidas, causando, também, dissonância.
Ex.: “Além disso, ele também teve a chance de ir ao armazém; ninguém o acompanhou, porém”.
Estrangeirismo – esse é polêmico também (rs). Há estrangeirismo quando usamos palavras de origem estrangeira na língua portuguesa. “É o emprego de palavras, expressões e construções alheias ao idioma que a ele chegam por empréstimos tomados de outra língua.” (BECHARA, 2007; p. 599)
Galicismos – são os casos provenientes do idioma francês.
Exs.: “Menina, isso está démodé” (fora de moda)
Anglicismos – provenientes do inglês.
Exs.: “Vamos ao litoral no próximo week-end.” (fim de semana)
Castelhanismos – do castelhano
Exs.: “Temos que redatar o texto (redigir)
Italianismos – do italiano
Exs.: Allegro, bambino, aquarela, dueto, maestro, piano, estúdio etc.
Hiato – ocorre quanto temos uma sequência de sons vocálicos em exagero.
Exs.: “E aí, ô!” / “Ou eu ou ele amanhã aí”
Pleonasmo vicioso – ah sim! É um velho conhecido. A única coisa que o difere do pleonasmo normal é o fato de que este ocorre involuntariamente e torna o enunciado redundante e com termos desnecessários. Se usado de propósito para dar certa ênfase, deixa de ser vicioso. Veja exemplos terríveis... (os termos sublinhados são os que devem ser descartados).
Exs.: “Vou descer ali pra baixo e pego pra você.” (ah, bom!)
“Ele ganhou de graça a moto!” (sério?!)
“Eu faço o papel do protagonista principal.” (e quem faz o do protagonista 2?)
Solecismo – erro de sintaxe. Só que abrange violações relacionadas à regência, concordância, colocação e estruturação dos termos da oração (olha o eco... he he he). O resultado de tais inconformidades normativas é uma má compreensão do enunciado ou uma coisa muito estranha.
Solecismo de concordância – “Foi muitas pessoas à cerimônia de abertura.” (O cara conhece crase, mas não conhece concordância (!)).
De regência – “Assisti ‘Avatar’ em 3D” (o correto é o uso da preposição “a”; “assisti a ‘Avatar’ em 3D; falaremos disso mais tarde).
De colocação – “A menina não apoiou-se e caiu”. (não se apoiou)
Por hoje basta. Qualquer dúvida, por favor, me fale. Já respondi a incríveis 3 perguntas. (oh!)
O próximo assunto da parte de semântica será... bem, pra falar a verdade, não sei ainda. Espere e veremos.
Um abraço!
Fagner
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