2 de nov. de 2013

Dígrafo

Olá, meu povo!

Fiquei por algum tempo sem postar nada aqui na nossa gramática on line. Muitas atividades sendo executadas ao mesmo tempo na minha vida; mas estamos aqui. Vamos continuar nossa jornada!

Curta nossa página no facebook (www.facebook.com/portuguesaplicado), abasteça o carro e ligue pra sua namorada! Vamos aos dígrafos!



Muito bem, colegas, vamos falar sobre os dígrafos. É um assunto rápido e fácil!

Dígrafos são a junção ou encontro de letras que representam um único som (fonema).

Existem dois tipos de dígrafos; vamos a eles:

Dígrafos consonantaisrr, ss, ch, lh, nh, gu (antes de e e i como em guerra e seguir), qu (também antes de e e i como em querer e quilo), sc, sç, xç.

Dígrafos vocálicosam, an, em, en, im, in, om, on, um, un (estes aplicados nas palavras como em “tampa”, “combo”, “tempo”, “lindo” etc.).

Vamos reforçar aqui, gente, que LETRAS e FONEMAS são coisas DIFERENTES. As palavras podem ter um número “x” de letras e um número “y” de fonemas (claro que existem também palavras que têm o mesmo número de letras e fonemas). Assim, vejamos as seguintes aplicações:

Carro = 2 sílabas / 5 letras / 4 fonemas (o dígrafo desta palavra é o encontro dos dois “rr” formando o som único de /R/ como em “rato”; dígrafo consonantal).

Tampa = 2 sílabas / 5 letras / 4 fonemas (o dígrafo aqui é o encontro das letras “am” que forma o som único /ã/; dígrafo vocálico).

Florescer = 3 sílabas / 9 letras / 8 fonemas (o dígrafo aqui é o encontro das letras “sc” formando o som único de /s/; dígrafo consonantal).

Tudo certo, gente?
Fácil, hem!

Nossa próxima matéria aqui da sala de fonética e fonologia será SÍLABA.


27 de ago. de 2011

Versificação – parte 2/4: RIMA


Olá, povo!

Rapidamente termine de limpar a casa, corra para o banho e lembre-se de deixar as camisas passadas.

Vamos dar continuidade à nossa novela da sala de estilística. Esta é a parte 2 de 4. Caso você ainda não tenha visto a 1ª parte, clique aqui.

É hora de conhecer a rima. Vamos a ela:

O que é RIMA?

Rima é a semelhança de sons estrategicamente colocados em alguns versos.
Veja isso:

“Quando morreu minha amada,
Vinha raiando a manhã.
Três vezes na encruzilhada
Ouvi cantar a acauã.”

(Ludovico Lins)

Uhh... trágico!

Veja que a terminação -ada finaliza a palavra amada (1º verso) e a palavra encruzilhada (3º verso). Temos também a vogal no final da palavra manhã (2º verso) e no final da palavra acauã (4º verso). Essas terminações colocadas de maneira estratégica tornam semelhantes os sons das palavras amada/encruzilhada e manhã/acauã. Representando de outra forma, podemos dar letras às rimas; veja como está estruturado o poema acima no que pode ser observado sobre as rimas:

1° e 3° VERSO – terminação -ada — representaremos com a letra A
2º e 4° VERSO – terminação — representaremos com a letra B

Portanto:
__________A
__________B
__________A
__________B

Percebam que as terminações nesse primeiro exemplo foram idênticas nas correspondências. Existem casos em que não há perfeição de rimas. Veja:

“Tanto limão, tanta lima,
Tanta silva, tanta amora,
Tanta menina bonita...
Meu pai sem ter uma nora.”

(Versos populares)

Veja que na relação A-A (lima – bonita) não há perfeição. A semelhança dos sons não corresponde totalmente como em B-B (amora – nora). Diz-se, portanto, que, na relação A-A deste 2º exemplo, temos rimas TOANTES ou ASSONANTES, rimas que se correspondem, geralmente, apenas pelas vogais tônicas ou vogais a partir da tônica. Nas relações A-A e B-B do 1º exemplo e B-B do 2º, temos rimas SOANTES ou CONSOANTES, rimas que se correspondem completa e perfeitamente.

O ACENTO DAS RIMAS

Lembra-se das oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas? Então… em versificação também podemos classificar as rimas pela posição do acento tônico. Nesse caso, o acento tônico da última palavra de cada verso deixa de ser apenas da palavra na qual ele está e passa a ser o acento tônico DO VERSO INTEIRO. Olha só!

(…)

“Da meia-noite pro dia
Viraram em namoração
O Lagarto namorava a Cutia
Pelas restas do lampião”

(O casamento da Onça)

Analisemos: vamos pegar a sílaba tônica da última palavra do 1º verso, di(-a). OK. Na relação de rimas A-A deste exemplo, vemos que o 3º verso é o correspondente; façamos o mesmo com ele, (Cu)-ti-(a). Temos, assim, as silabas di e ti. Estas são as tônicas, respectivamente, do 1º e do 3º verso; nelas reside a essência da rima A-A do exemplo dado. Percebemos que são rimas TOANTES. Percebemos também que são seguidas por outra sílaba; elas são as tônicas de seus versos, mas não são as últimas dos mesmos; depois de di temos uma átona a e depois de ti temos outra átona a. As rimas cuja tônica não se localiza na última posição do verso são chamadas de rimas GRAVES. As rimas cuja tônica se localiza na última posição do verso são chamadas rimas AGUDAS; é o que acontece na relação B-B do exemplo acima, (namora)-ção e (lampi)-ão.

RIMA PERFEITA e IMPERFEITA (ou parcial)

Vamos deixar claro um fato: só há rima quando há semelhança de SONS. Letras iguais nem sempre produzem rima. Vejamos exemplos de rimas perfeitas, quando há perfeição na combinação de sons:

“Eu não vou louvar valores,
Dos nossos amores as dores eu não vou contar,
O peito trajado de dores
A boca tragando rancores
E a dúvida nossa era aonde chegar.”

(Eu não sou Chico mas quero tentar - TM)

Temos aí as relações de rimas no seguinte esquema:

____AB
___BBA
_____B
_____B
_____A

Todas as correspondências A-A e B-B são de rimas perfeitas por serem compostas por sons idênticos nas tônicas.

Vejamos rimas imperfeitas repetindo um exemplo já dado:

“Tanto limão, tanta lima,
Tanta silva, tanta amora,
Tanta menina bonita...
Meu pai sem ter uma nora.”

(Versos populares)

O 1º verso rima de maneira imperfeita com o 3º.

RICAS e POBRES

São ricas as rimas compostas por palavras de classe gramatical diferente como em:

“Eu entrei pra ratoeira,
Mas não foi com alegria (substantivo).
Na ratoeira não está
Quem meu coração queria (verbo).”

São pobres as rimas muito comuns e com palavras de mesma classe gramatical como as com terminações de gerúndio (caminhando e cantando...), diminutivos (... pintinho amarelinho...) etc.

Há ainda outras análises das rimas. Uma pena não poder mostrar detalhadamente cada uma aqui; o texto ficaria enorme. Espero ter mostrado o principal. Qualquer interesse por mais detalhes, por favor, entrem em contato. Na terceira parte desta saga falaremos sobre o METRO e talvez consigamos falar mais sobre rimas e outros detalhes acerca da versificação em língua portuguesa. Na parte 4, então, fecharemos com chave de chocolate com a ESCANSÃO.

Até mais e obrigado por lerem esta última frase!

10 de jul. de 2011

Trilha das confusões da Língua - pt1: A BAIXO / ABAIXO - A CIMA / ACIMA


Olá!

Começaremos, a partir de agora, aqui na sala de semântica, uma aventura pelo campo arenoso da nossa língua. Sabe quando você não sabe onde pisar? Aqueles momentos em que você se encontra numa situação de difícil saída? Fica confuso? São momentos que te desafiam; você terá opções e torce para escolher a correta e, nessas situações, nossa língua não perdoa: pisou errado, afundou!

Vamos discutir os pontos que sempre nos deixam com dúvidas em alguns momentos de uso, sejam os da fala ou os da escrita. Espero ter a ajuda de vocês para que não deixemos escapar nenhum deles. Meu objetivo é acabar com todas as polêmicas causadas por essas palavras, expressões e termos danadinhos do nosso bom Português Brasileiro. Será uma saga sem previsão de término. Vamos à luta!

Parte 1:

A BAIXO ou ABAIXO?

Comecemos pelas “profundezas”.

Quando devemos usar A BAIXO?

Fácil! “A baixo” é o mesmo que “para baixo”, entende? Portanto:

Ex.: “Ela observou sua rival de cima a baixo.”

Quando usar ABAIXO?

“Abaixo” é advérbio que indica “uma coisa que está em lugar ou posição inferior a outra”. Veja o exemplo abaixo.

Ex.: “Este exemplo está abaixo da explicação que acabei de dar.”

“Abaixo” também pode ser interjeição. Quando se deseja reprovar uma coisa em uma manifestação, é comum ouvir gritos como “Abaixo a aprovação automática!”

A CIMA ou ACIMA?

Fácil! É exatamente o oposto do que foi mostrado acima... óóóóó! (Sutil, hem!)

“A cima” é o mesmo que “para cima”, entende? Portanto:

Ex.: “Ela observou sua rival de baixo a cima.”

“Acima” é advérbio (também) e indica “uma coisa que está em lugar ou posição superior a outra”. Veja o exemplo abaixo.

Ex.: “Esta frase exemplifica a explicação acima.”

Não perca o próximo capítulo da nossa caminhada pela trilha das confusões da Língua. Será, claro, aqui mesmo na sala de semântica.

A gente se vê!

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